Depois do envio de José Sócrates para um centro de novas oportunidades em Paris e na iminência de Santana Lopes privatizar o Totobola, os sócios desta Taberna sentiram-se obrigados a tomar as rédeas do país, tendo como base de comando este espaço!

5 de janeiro de 2012

JM e o chorrilho de disparates dos nossos deputados e "jornalistas"

Ponto prévio:Em Portugal há muito anos que deixaram de haver jornalistas, daqueles jornalistas mesmo. José Gomes Ferreira e Pedro Santos Guerreiro são a excepção nos assuntos económicos, Márcia Rodrigues a excepção na condução e entrevistas, Rodrigues do Santos nas reportagens de guerra e pouco mais. Em vez de jornalistas temos incultos, mal escreventes e inexperientes colectores e replicadores de notícias.

A propósito da Jerónimo Martins (JM) têm sido ditos os maiores disparates possíveis, quer pelas bancadas de esquerdalha do parlamento quer pelos "jornalistas", paineleiros e opinadores.

Se das bancadas do PCP e BE pouco se esperaria, porque na realidade, não importam os acontecimentos em si, importa é estar contra e defender a luta (seja lá o que isto for!). Da parte do PS esperar-se-ia algo mais concreto, responsável e inteligente. Mas depois olha-se para a bancada, vê-se aquela maralha socrática que representa metade da bancada e perde-se a esperança de existir responsabilidade e inteligencia.

Quanto ao caso concreto da JM, não há muito a dizer. É simplesmente uma questão fiscal e as grandes empresas multinacionais (sim, há multinacionais portuguesas!) investem bastante em planeamento fiscal. A Sonae já há vários anos que tem sede das hodings na Holanda e Alemanha e nunca ouvi ninguém falar disso. Neste caso da JM há ainda outra componente que justifica esta tomada de posição, além do planeamento fiscal, trata-se da preparação de novos investimentos, nomeadamente na Colômbia. Vamos por partes:

1) Planeamento fiscal porque na Holanda as taxas de IRC são mais baixas e todos os negócios fora da zona euro não entram para o cálculo do IRC a pagar.

2) Preparação dos investimentos porque a Holanda tem acordos bilaterais de investimento com a Colômbia que permitem a não duplicação de pagamento de IRC, ou seja, a sociedade que for criada para o negócio da Colômbia, que será detida pela holding da JM com sede na Holanda, não terá que pagar imposto em sede de IRC na Colômbia pelos lucros gerados. Acordo este que Portugal não tem com a Colômbia.

De resto é preciso não esquecer que a JM já tem mais de metade da sua actividade (lojas e volume de negócios) fora de Portugal, nomeadamente na Polónia. Outra coisa que não se pode ignorar é que os impostos relativos às lojas e empresa sedeada em Portugal (por sua vez detida pela tal holding com sede na Holanda) continuarão a pagar os impostos normais em Portugal.

Por isso se tivéssemos "jornalistas" e deputados decentes, estariam desde há vários anos a criticar a JM por estrangulamento aos produtores e falta de ética na negociação de preços, situação de abuso da posição de duopólio concorrencial. Por este lado admito que se façam críticas à JM, agora por planeamento fiscal eficiente, por ser uma empresa portuguesa a investir pelo mundo, por ter 25 mil empregados em Portugal, por levar altos quadros portugueses para a Polónia e Colômbia, por distribuir (em 2010) 250€ a cada trabalhador, por estas razões não!

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