Depois do envio de José Sócrates para um centro de novas oportunidades em Paris e na iminência de Santana Lopes privatizar o Totobola, os sócios desta Taberna sentiram-se obrigados a tomar as rédeas do país, tendo como base de comando este espaço!

31 de dezembro de 2012

Para 2013

A todos os que aqui costumam passar, a todos os que por cá passaram e aos que ainda vão passar, desejos de um ano de 2013 com saúde, amizade, trabalho, espírito crítico, livros, música, cultura, boa comida e bons momentos com as pessoas que o merecem.

28 de dezembro de 2012

Barclaycard - Provavelmente o pior cartão de sempre

A propósito deste post, reitero que o o Barclaycard é provavelmente o pior cartão de crédito do mercado. 

Não no sentido estrito do termo, porque nesse aspecto deverão ser todos iguais. Os de crédito.
Mas como em todas as análises entre melhor e pior que fazemos, há ponderadores que fazem a diferença. Num caso como o dos cartões de crédito normalmente os mais objectivos são: a) limites de crédito; b) custo da anuidade; c) taxa de juro associada. Num plano mais subjectivo: a) ausência de problemas e chatices. Que na maioria das vezes nada tem a ver connosco.
O Barclaycard é competitivo nos dois primeiros critérios, nos limites chega a ser até disparatado, e para contrabalançar as taxas de juro têm que ser superiores. Mas, para quem como eu, paga normalmente a 100%, a taxa de juro é relativa.
O problema é quando chega à parte dos problemas. A palavra certa para qualificar é: desgraça.
Aquela gente ultrapassa todos os limites possíveis e imaginários da incompetência.
Além disso são uma organização sem "rosto", não há nomes de responsáveis, um balcão de atendimento, nada, simplesmente um contact center, sem qualquer homogeneidade no trato, carregado de gente inqualificada e impreparada para resolver os problemas criados pela própria estrutura.
Como se isso não bastasse, são burlões, porque usam o dinheiro dos clientes em proveito próprio, sem que para isso o compensem.
Resumindo, deixo aqui o meu conselho a todos os que lêem este blog:

Não se tornem clientes Barclaycard.

Para os que já são clientes fica a minha opinião e façam o que entenderem.
O meu problema demorou 1 ano e 2 meses a ser resolvido. Fui 100% alheio à sua criação e tive, em simultâneo, o mesmo problema noutro banco que mo resolveu em 3 semanas.

Melhores livros lidos em 2012


Top 15 - Livros lidos em 2012:

1 - Contos de São Petesburgo - Gógol
2 - O Livro de Areia - Borges
3 - O Sonho do Celta - Llosa
4 - A Morte de Ivan Ilitch - Tolstoi
5 - Paris é uma Festa - Hemingway
6 - Acabadora - Michela Murgia
7 - O Caminho da Baleia - Francisco Coloane
8 - O Grande Gatsby - Scott Fitzgerald
9 - A Brasileira de Prazins - Camilo Castelo Branco
10 - Memória de Elefante - Lobo Antunes
11 - Lituma nos Andes - Llosa
12 - Os Novos Contos da Montanha - Torga
13 - Os meus anos em Cuba - Eduardo Manet
14 - Contos Orientais - Marguerite Yourcenar
15 - História Universal da Infâmia - Borges

Como não consegui escolher só 10, optei por um top de 15.

Actualmente estou a ler Voltaire - Cândido ou o Optimismo. Deixo aqui uma citação curiosa que li hoje de manhã:

"Fazei um exercício: levai qualquer passageiro a contar-vos a sua história, e se encontrardes um só que não tenha maldito a sua vida e não tenha muitas vezes dito a si mesmo que era o mais infeliz dos homens, lançai-me ao mar com a cabeça para baixo."

A voz dos clientes (6)


Pequenas coisas deste nosso Portugal.
Um acordo assinado pela Ministra Ana Jorge (2009) previa que os clínicos sindicalizados recebessem mais pelas horas extraordinárias do que os que não fossem.
É caso para dizer.......EXTRAORDINÁRIO!
Ouviremos, ou não, o camarada Arménio, e os outros camaradas encher a boca e falar sobre direitos iguais para todos?
Afinal como dirão os camaradas, há portugueses de primeira e de segunda.
E afinal os do sindicato são superiores aos outros.
Porque será?
Estudasses........
Naaaaaaaa, isto não é,..... Inconstitucional!!!
 
p.s. Só para dizer que a ARS não cumpriu, e, gerindo muito bem o nosso dinheiro......pagou igual a todos.
Ora aí está!

Alexandre Pires

27 de dezembro de 2012

Ainda a propósito do Nicolau

Se eu ao fim de 32 anos de experiência de trabalho cometesse um erro tão primário, demonstrasse tanta incompetência e parcialidade, provavelmente seria despedido.
A experiência serve para isso mesmo, para despistar erros, ter uma maior capacidade crítica e para que nos tornemos ponderados nas decisões.
O que me leva a pensar que Nicolau pode ter sido durante toda a vida:
- um incompetente jornalista;
- um competente lambe-botas;
- um incompetente economista;
- uma competente voz partidária.

Voltando ao início deste post. Dizia eu que provavelmente seria despedido se, ao fim de 32 anos, tivesse alinhado pela incompetência de forma tão directa e inexplicável. Isso seria verdade para a maioria das pessoas, mas não para quem trabalha no Expresso. Porque no Expresso quase todos são assim: incompetentes e parciais. Sobram os Henriques (Monteiro e Raposo)...

Para terminar, não se preocupem com o Nicolau que ele um diz destes chega ao lugar de sonho e para o qual tanto tem trabalhado. A parcialidade tem quase sempre a sua recompensa...

26 de dezembro de 2012

Para a prosperidade, Nicolau


(clicar para ler)

Imagino o quanto se deve ter babado o grande Nicolau "das bolachas" a escrever este artigo.
Mas um xuxa que se preze é mesmo isto:
- Um desavergonhado, tendencioso e bafiento.

E por mais que se desculpe de ter sido embarretado, o que fica para memória é o artigo que escreveu em que recomendou a entrevista de um charlatão. Ou seja, basta alguém dizer o que o Nicolau quer ouvir que ele vai logo a seguir recomendar.
Mas um xuxa que se preze é mesmo isto:
- Um desavergonhado, tendencioso e bafiento.

21 de dezembro de 2012

Programa para hoje!


19 de dezembro de 2012

Bom português

Recebido por mail.

Acabadinho de receber

Acabei de receber este postal festivo.
(clicar na imagem)

Site da escrever escrever

13 de dezembro de 2012

Amanhã é dia de...


Cachorros na Gazela! E uns Príncipes a acompanhar!

Ter imaginação é bom mas não chega


Li num dia “Os livros que devoraram o meu pai” de Afonso Cruz.
Na capa surge a informação que ganhou o Prémio Literário Maria Rosa Colaço (um prémio de literatura juvenil).
Admito que este não seja o seu melhor livro, e, para bem da sanidade mental de Afonso Cruz, espero que não seja sequer uma amostra fidedigna das suas qualidades literárias. Há algumas boas passagens, mas também há metáforas que não têm o mínimo sentido e que conjugadas não deixam o livro embalar para o campo da qualidade.
Não sei se terei paciência e vontade para ler outro livro dele.
Porque se a literatura se cingisse à capacidade de imaginação tenho um tio que seria um grande escritor.
Há duas coisas boas que o livro reflecte: a primeira é uma página em que aparece o nome de vários escritores, todos grandes vultos da literatura e que o autor leu; a segunda é a prova constante de que Afonso Cruz leu muito Borges. Admito que a faixa etária para a qual se dirige o livro não tenha ainda lido Borges ou muitos dos escritores referidos no livro.
Por outro lado, se quiser entrar no universo de Borges, prefiro ler Borges. E gosto de admitir, por hipótese, que todas as pessoas o prefiram. Porque é infinitamente melhor.
O final do livro é completamente ridículo e o episódio trágico da personagem Bombo não tem o mínimo cabimento. Mas provavelmente os filhos dele (a quem dedica o livro) vão dizer-lhe isso quando lerem o livro.

Para não correr o risco de perder o sentido literário da coisa, agarrei-me à “A Morte de Ivan Ilitch” de Tolstoi que é de um poder literário absurdo.
Como dizia Thomas Mann: “Os bons livros deviam ser proibidos de ler, pois, existem os óptimos.”.
Embora este não chegue sequer a ser bom, a lógica mantém-se em cadeia até ao infinito como dizia Borges na "Biblioteca de Babel".

12 de dezembro de 2012

Salad Ensemble

Improvisar = Criar e reproduzir em simultâneo

É um colectivo de músicos que se predispõe a subir a um palco interpretando uma peça onde a criação e a reprodução se tornam um simultâneo. Num universo onde o aparente antagonismo e dispersão musical é instantaneamente modulado e modificado por toda a concepção musical presente na peça reproduzida, a presença de um condutor garante a coerência e a linha abstractamente delimitadora que conjuga e molda as opções musicais tomadas por cada instrumentista. Se o conhecimento do instrumento é fundamental numa vertente experimentalista, a sinceridade, a solidariedade e o respeito musical conjugados entre todos os intervenientes fazem com que a ilusão da improvisação se transforme numa clara e direccionada percepção sonora, constituindo, por isso, uma experiência sempre única para quem dirige, executa e ouve.
Foto daqui

P.s. Texto que escrevi para tentar apresentar o Salad Ensemble. No entanto, tentar descrever um projecto de música improvisada com palavras, ainda que minimamente, pensadas redunda num paradoxo de todo o tamanho. Além de que é uma tarefa absolutamente falível e provavelmente infrutífera.

11 de dezembro de 2012

Biblioteca Digital DN (8)

Mais dois contos desta colectânea.
Com duas formas distintas dos que tinham sido publicados até agora.

"Acho que posso ajudar" de David Machado é o primeiro conto infantil desta iniciativa do DN. Com ilustrações de Mafalda Milhões, o conto traça em jeito de alegoria ao quotidiano da vida adulta em contraste com a vida infantil. E como normalmente acontece nos contos infantis, a ironia está bem presente.

Por outro lado, JP Simões não necessitou de recorrer a alegorias, passando directamente à sátira social, com sagacidade suficiente para não entediar ou cair em lugares comuns. Utilizando a forma de uma carta escrita a um director de jornal (a parte menos conseguida do conto, até desnecessária, dirigir-se directamente ao leitor serviria bem melhor) o redactor descreve ao som de uma banda sonora, facilmente audível, uma ideia de final de vida que diz muito da personalidade do autor do conto. Música, boémia, sinceridade, amizade. Gostei. Para mim é o melhor cantautor português e depois do que li vou ver se arranjo o livro de contos que escreveu.

Duas certezas e a mesma confirmação de Alvalade

Ontem saí de Alvalade com duas certezas:

1) Sá Pinto não sabe o que é uma pré-época e pior que isso decidiu sempre a favor do seu ego (que é muito) em vez de decidir em prol do clube de que se diz aficionado (exemplo flagrante: a dispensa inexplicável de Onyewu que era só o melhor central do plantel, mas que, segundo consta, teve a frontalidade, que se veio a revelar perspicaz, de dizer a Sá Pinto na final da taça que ele não percebia nada de futebol);

2) Franky Vercauteren não tem nível para treinar o Sporting, não serve, ponto. Não preciso de ver mais. Disse-o logo após o jogo com o Basileia. Senão vejamos: uma equipa que, nas condições psicológicas do Sporting, ganha ao Braga - um rival directo - e depois tem 11 dias para preparar o jogo com o Basileia - numa altura em que desse jogo ainda poderia resultar a qualificação da fase de grupos da Liga Europa - e não consegue capitalizar essa dose de alento psicológico, diz muito sobre a qualidade do seu timoneiro. Ontem foi só mais uma demonstração de alguém que não sabe ler o jogo, que não percebe o que uma equipa precisa em determinados momentos do jogo e que, pior, não assume as culpas pelos erros que cometeu, preferindo acusar os jogadores de erros primários. Quando quem mais errou ontem não foram os jogadores mas sim o treinador.

Além destas duas certezas, ontem foi possível mais uma vez confirmar que Elias, por si só, um dos piores jogadores do Sporting. Se a esse facto acrescentarmos os € 9 milhões que custou, percebe-se claramente que se trata do pior negócio desportivo da história do Sporting. Pelo que não joga, pelo que não rende, pelo que prejudica a equipa quando está em campo, pelo que se esconde do jogo, pela gritante falta de classe que tem, mas acima de tudo pela falta de respeito pela instituição Sporting que demonstra a cada movimento que faz.

10 de dezembro de 2012

Le nouveau socialisme


Exportações


De acordo com  os dados hoje revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, as exportações de bens referentes ao passado mês de Outubro registaram um crescimento homólogo de 5,2% face ao mesmo mês do ano passado (em Outubro de 2012 as exportações de bens valeram 4,0 mil milhões de euros, contra 3,8 mil milhões de euros em Outubro do ano passado).

De acordo com Pedro Reis, “o comportamento das exportações de bens em Outubro, que voltaram a crescer depois do abrandamento de Setembro, é uma boa noticia e uma prova de força do Portugal exportador. Acredito que é um indício do que podem ser os próximos meses no sentido em que o grosso do crescimento tende a vir de fora da Europa, como há muito venho defendendo, e que tal é uma tendência de fundo a que importa que estejamos atentos.”

No acumulado do ano (JAN a OUT), as saídas aumentaram 7,1% e as entradas diminuíram  5,0%, face ao período homólogo do ano anterior. Esta evolução determinou um desagravamento do défice da balança comercial no montante de  5.029 milhões de euros. A taxa de cobertura a nível de bens situou-se em  80,6%, o que corresponde a uma melhoria de  9,1 p.p. face à taxa registada no período homólogo de 2011.

Adicionalmente, as nossas exportações de bens para os países extracomunitários cresceram  23,8% face aos primeiros dez meses do ano  passado, o que significa que neste momento o comércio com estes países representa 28,8% do nosso comércio com o exterior.

Nestes 10 meses do ano o crescimento das exportações de bens situou-se, assim, nos  7,1%, atingindo o valor global de 38.217 milhões de euros, mais 2.546 milhões de euros do que em igual período do ano passado.

A voz dos clientes (5)

Confirma-se!
As pessoas sérias, desprovidas de qualquer ambição política, que desejam acima de tudo usar o seu provisório lugar em beneficio da sua nação, não têem lugar nesse mundo cada vez mais limitado aos invertebrados.

Alexandre Pires

A voz dos clientes (4)


“ - Não, não estou a ouvir um demagogo!
Recuso-me liminarmente a perder tempo com personagens que me tiram do sério só de vê-las com ares de santidade.
Teria prestado um grande serviço ao País, demitindo-se de deputado desta república, ou porventura emitido opiniões, aquando da passagem do seu partido pela governação deste país, uma vez que não concorda com o que foi contratualizado entre o seu partido e a “troika”.
Perdoem este pequeno parêntesis”

Nem de propósito, e, indo ao encontro dos meus mais repetidos pensamentos, que chegam por vezes a ser tortuosos, leio na revista Visão um artigo sobre a ascensão que poderemos considerar meteórica de um antigo membro do desgoverno de s………tes.
De seu nome Pedro Marques, antigo secretário de estado da Segurança Social, e, dizem agora, uma das eminências pardas do ps.
Sobre o seu percurso, precoce, 19 anos tesoureiro da Junta de Freguesia do Montijo, 20 anos terminou a licenciatura em Economia, aos 25 conclusão da tese de mestrado na mesma área, e, aos 28 secretário de Estado da Segurança Social de Portugal.
Diz então que o lugar de tesoureiro lhe abriu as portas da política, tendo-se inscrito na js…..”Não me digas?”
Segundo ele, os encontros com a Troika são, improdutivos, ….”eles não vêm negociar nada,…..já está tudo decidido…. “A sério? Olha, nunca me tinha apercebido de tal coisa”.
Mas ele não participou nas negociações do acordo com a Troika?
Não fazia parte do governo?
Vem isto a propósito da experiência profissional acumulada da maioria dos personagens políticos com responsabilidade na actualidade.
De todos os partidos, claro!
Imensa, sem dúvida.
Da cadeira da Universidade, à cadeira do poder, passando, claro pelas js, mas isso é só um pormenor.

p.s. há dias escrevi algo sobre os partidos, e, qual não é o meu espanto quando abro a revista Sábado e lendo do fim para o principio, como sempre faço, Pedro Santos Guerreiro, que tanto aprecio, escreve isto:
“os partidos são hoje fonte de atraso, imobilismo e corrupção………e não há meio de desarmadilhar essa teia. Nem com intervenção externa se muda a Administração local interna. Arre!!!”
Mais um aplauso, Pedro Santos Guerreiro.


Alexandre Pires

6 de dezembro de 2012

A senilidade

Não, desta vez não me vou referir ao idiota do Soares, embora Helena Sacadura Cabral o faça muito bem.
Desta vez estou a referir-me a um contemporâneo de Soares, que pelos vistos, há vários anos que tem o mesmo problema, a senilidade. Pedro Correia fez o apanhado, eu faço o link.

5 de dezembro de 2012

A democracia

É assim que se demonstra o respeito pelos outros e pela democracia:

"Pedia ao Serra que deixasse os senhores ostentarem o cartaz sem nenhum problema, porque vivemos, felizmente, numa situação boa, de saúde da nossa democracia, e não vemos nenhuma razão para que os senhores não possam ostentar as faixas que entenderem", afirmou Pedro Passos Coelho, continuando depois a sua intervenção.

P.s. já a pessoa da agência lusa que escreveu o artigo podia aprender a colocar as vírgulas no lugar certo...

A voz dos clientes (3)


Mas alguém acredita que os partidos do dito "arco da governação", chegarão a acordos sobre a IMPERIOSA reforma do Estado Português?
E digo isto porque esquerda radical não conta, uma vez que está contra tudo e contra todos.
CGTP também é para esquecer, pois "só defendem" os trabalhadores, os outros não fazem parte das suas "preocupações".
Nunca, jamais, em tempo algum os partidos serão a solução para este designio premente e nacional.
Este deveria ser o mais importante tema da agenda politica nacional.
Tema demasiadamente adiado por todos os actores com responsabilidades, desde esse famigerado 25 de Abril.
Os partidos regem-se por uma única regra, chegar ao poder, custe o que custar.
Não importa a situação do País, importa sim, o partido.
Discutir um modelo de debate, o que é isso?
Não deveriam discutir o que está a mais, o que está a menos, o que fazer, como fazer?
E decidir!
Não foi para isso que foram eleitos?
Mais um faits divers, para gáudio da nossa sempre esforçada comunicação social.

Alexandre Pires

Notícia triste para Portugal

Joaquim Benite faleceu hoje. Fica mais pobre o teatro, a cultura, mas acima de tudo Portugal.
Não esqueço uma entrevista dele há mais de um ano que já reli algumas vezes. Aqui ficam as últimas linhas.

Sente que vai ficar na história?

Os encenadores nunca ficam na história. Só os escritores, como o Shakespeare. Sabe, acho que vale a pena viver para nos divertirmos. Lutar por coisas, para cumprir missões, não. O teatro é um sinal de civilização que está na origem da sociedade. Até nos animais. Quando chego a casa o meu cão faz uma dança que parece egípcia, pá. São rituais de representação. Mas o teatro não tem missão nenhuma. É uma coisa que as pessoas fazem porque gostam e as outras vêem porque lhes dá prazer. Uma vez estava em Sines e dizia-me uma vereadora: "Não tem umas peças que ensinem os miúdos a lavar os dentes". O teatro não tem anda a ver com isso, só se fizéssemos uma peça sobre revoltar-se contra o lavar dos dentes.

Banda sonora...

...da tarde de ontem e da de hoje. Redundante? Talvez.
Mas a complexidade (disfarçada) tanto pode funcionar, para alguns, como um repelente ou, para outros, como uma atracção.



O otário do Nicolau Santos

Ontem no primeiro dia do Festival LER 25 anos, quando ia a entrar cruzei-me com Nicolau Santos.
Sim, aquele parolo que escreveu o post - ridículo e bem demonstrativo da desonestidade e enviesamento intelectual que o assola - do menino das bolachas. Sim, é o mesmo parolo que, já o país tinha dado o passo em frente à beira do precipício, continuava a defender Sócrates com a desfaçatez e a manha com que um felino atrai a sua preza. Sim, é esse, o do jornal Expresso e que dantes andava sempre de laçarote para que dessa forma o reconhecessem por alguma coisa, já que pela qualidade da linha de pensamento não devia ser fácil.

A vontade que tive foi pedir-lhe para me ir pagar uma aguardente velha ao bar do São Jorge, usando como argumento o facto de não ter comigo dinheiro suficiente. Com certeza que o bondoso Nicolau tão preocupado (vá, ide ler o post do menino das bolachas que linkei) com a falta de dinheiro dos outros (e com a responsabilização dessa dolorosa realidade a que deve ser totalmente imune) teria todo o gosto em pagar-me a aguardente velha.

On The Road - Festival LER


Ontem fui à antestreia do filme On The Road -  Pela Estrada Fora - do realizador Walter Salles inserida no primeiro dia do Festival LER 25 anos.
Baseado no livro homónimo de Jack Kerouac (que não li, mas fiquei com vontade de ler), o filme relata basicamente uma história dentro de uma história. Onde as relações de amizade de amor são mais profundas do que aparentemente possa parecer. E há-as em praticamente todas as personagens. Relembrei, por momentos, o amor presente em Brokeback Mountain, que só os mais preconceituosos não admitem.
No livro todas as relações se encontrarão com certeza mais pujantes e detalhadas. As personagens são demasiado bem construídas para me ficar pelo filme.
A banda sonora é fantástica, com Dizzy e Parker completamente enquadrados nas cenas nocturnas onde a loucura do álcool, drogas e sexo se evidencia.
A partir de dia 20 de Dezembro nos cinemas.

3 de dezembro de 2012

Boas notícias

Este fim de semana decorreu mais uma campanha do Banco Alimentar.
Mobilizaram-se 40 mil voluntários, foram recolhidas cerca de 3000 toneladas de víveres, sensivelmente os mesmos níveis do ano passado.
São boas as notícias e é bom que os portugueses continuem a confiar no Banco Alimentar e na estrutura de distribuição por este montada. Já que provavelmente é das mais eficientes.
Outra boa notícia desta notícia (passe o pleonasmo) é a confirmação empírica da insignificância da extrema esquerda portuguesa. Essa gente para quem a ajuda e a caridade não existem, apesar da cobertura notoriamente desproporcional que os media insistem em dar-lhes, não conseguiram que a asquerosa campanha - contra quem ajuda os mais necessitados - que tanto impulsionaram tivesse o mínimo impacto.
Que não haja dúvidas: a melhor das notícias é a de que foram angariados 3000 toneladas de bens! É isso que realmente importa! O resto é ruído insignificante...

Biblioteca Digital DN (7)

Ao contrário de Eduardo Madeira, Fernando Alvim aproveitou claramente a oportunidade para mostrar a sua versatilidade. Não deixando de acentuar a sua veia humorística, conseguiu dar-nos um conto (também aqui ao contrário de Eduardo Madeira) recheado de momentos cómicos – “Temos 50 por cento para isto dar certo. São os meus 50 por cento” -, que embora façam parte da génese do conto, não o restringem. O princípio do conto é pouco atractivo, mas a fluência vem com o desenrolar da história. Nem a incongruência da referência à mulher (que até era desnecessária) belisca o conto. Além disso, Fernando Alvim demonstrou que escreve bem e que a ironia inteligente e de bom gosto é um habitat onde se sente muito à vontade.

Possidónio Cachapa não passava de um simples registo nominal na minha memória. Provavelmente não tenho sequer um ficheiro memorial só para ele. Deve estar associado a um qualquer registo partilhado por outros seres (com este possivelmente nem deve estar associado a outros escritores). Ainda não consegui perceber se assim se manterá ou se vai de facto passar a ter um ficheiro só para ele. O conto que escreveu - O Homem que existia demais – é um salganhada de todo o tamanho. O enredo até tem tendência a ter alguma piada (provavelmente não no registo do conto, ou pele menos neste tipo de contos), não se pode dizer que esteja mal escrito, mas são episódios a mais para um conto de meia dúzia de páginas. A personagem principal terá muito mais para dar do que estas páginas. Talvez este conto tenha servido como início da criação de uma personagem para um próximo trabalho. Darei outra oportunidade a este autor caso ele se me depare.


Os próximos 3 contos pertencem ao segundo conjunto de autores sobre o qual recaiam inicialmente maiores expectativas. Veremos o que trazem David Machado, JP Simões e Rui Cardoso Martins.

30 de novembro de 2012

Dia das Livrarias (1)

Cá está ele!

Dia das Livrarias

Ao que parece foi importada de Espanha pela Fundação Saramago.
Espero que tenha o maior sucesso e que traga para as livrarias que se associaram à efeméride o devido destaque na imprensa e que o mesmo resulte em vendas, claro está. Porque as livrarias por muito que gostemos de passar, parar e olhar para as suas montras, só subsistem com a venda de livros.
E a leitura é provavelmente a melhor das formas de desenvolvimento de um ser humano. A mais pessoal pelo menos.
Pelo sim pelo não, hoje vou à Pó dos Livros a seguir ao almoço comprar um livro.

Já agora deixo aqui o final de um texto que li ontem, precisamente, no blog da Pó dos Livros, sobre livreiros e leitores:

29 de novembro de 2012

Ainda a carta dos 70 magníficos


A lista dos amigos do Soares que subscrevem a dita carta mais parece uma shorlist do PS, PCP e BE juntamente com alguns parolos (tipo a Pilar del Rio) e com gente que devia andar a trabalhar mas que preferem aparecer nas notícias por outras razões que não o seu trabalho. O que não deixa de tornar mais ridícula a situação. Eu no lugar do Passos Coelho quando recebesse a carta tinha duas reacções:
1) ria-me que nem um perdido;
2) ligava à secretária e pedia-lhe para ela mandar um postal de agradecimento a dizer o seguinte:

"Agradeço a preocupação com a minha saúde e noto que sabem que rir é das melhores coisas para saúde. Sei que ser primeiro ministro é desgastante, mas estou muito bem de saúde e vou continuar no cargo. No entanto, sintam-se à vontade para me brindarem com momentos hilariantes destes sempre que quiserem, que pelo menos tornam a pausa do café mais divertida.
Do vosso primeiro-ministro,
Pedro Passos Coelho"

Eleitoralismo primário

O político com melhor imprensa em Portugal é António Costa. E é fácil de comprovar esta afirmação. Basta perguntar à maioria das pessoas algo assim:

"Qual é a opinião que tem de António Costa?"
Resposta mais que provável:
"Por acaso tenho boa impressão do António Costa."
Nova pergunta:
"Então mas porquê? O que é que ele já fez que justifique essa opinião?"
Resposta:
"Pois isso não sei, mas de facto tenho boa impressão dele."

Cá está. A maioria das pessoas não sabe o que o homem já fez, o que não invalida a consideração de que têm boa impressão sobre o dito cujo. A conclusão é evidente, a percepção que a maioria das pessoas tem vem da imprensa, dos microfones e dos televisores. E é aí que reside a grande vantagem de Costa. Claro que ter um irmão numa posição de destaque na imprensa escrita e televisiva também ajuda. Mas de forma geral Costa tem uma imprensa completamente desequilibrada em relação à realidade. Senão veja-se:
- Foi um jotinha (o que normalmente é mal visto na imprensa e pela população em geral);
- Foi deputado municipal desde os 21 anos e deputado parlamentar desde os 30 (o que normalmente é mal visto na imprensa e pela população em geral);
- Aos 32 anos já andava a candidatar-se a câmaras, o que demonstra que andou sempre metido no bastidores do partido (o que normalmente é mal visto na imprensa e pela população em geral);
- Não trabalhou como advogado mais do que 5 anos (o que normalmente é mal visto na imprensa e pela população em geral);
- Pertence ao Secretariado Nacional do PS desde os 26 anos (o que normalmente é mal visto na imprensa e pela população em geral);
- Foi ministro em 3 dos 5 (que foram os 2 de Guterres, os 2 de Sócrates e o de Santana) piores governos da história recente de Portugal (o que deveria ser mal visto pela imprensa e pela população em geral);
- Ganhou, em 2004, umas eleições para o parlamento europeu que abandonou ao fim de um ano para aceitar o cargo de ministro no primeiro governo Sócrates (o que deveria ser mal visto pela imprensa e pela população em geral);
- Defendeu com unhas e dentes Sócrates mesmo quando era mais que sabido o descalabro em que estava a deixar o país (o que deveria ser mal visto pela imprensa e pela população em geral);
- Tornou Lisboa a capital da sujidade, já cá ando há mais de 10 anos e nunca vi a cidade tão suja como agora (o que deveria ser mal visto pela imprensa e pela população em geral);
- Etc, etc...

Não querendo dissertar mais sobre este fenómeno que Costa representa na nossa imprensa, deixo apenas mais um exemplo do que são os socialistas e do que é o eleitoralismo primário deste que muitos consideram como "primeiro-ministrável"[1] ou "presidenciável"[2].

Esta notícia diz muito sobre o perfil deste homem e também diz muito da nossa imprensa e da sociedade fraquinha que, infelizmente, assola Portugal.
A quem se quiser dar ao trabalho de a ler, recomendo que depois façam uma continha simples e percebam o nível de demagogia impregnado nesta atitude de Costa, que depois redundou em notícia (que afinal era a finalidade da atitude!). Deixo só uma dica: o número de contribuintes é muito inferior ao da população. Agora se quiserem façam as contas (como dizia o outro) e tentem perceber quem anda a gozar com quem.

[1] afinal houve quem votasse em Sócrates 3 vezes
[2] afinal Sampaio foi Presidente da República

Perdoem-me a linguagem

Mas o filho da puta do Soares não tem um só pingo de vergonha na cara? (sim, o Soares é um grandessíssimo filho da puta!)
O maior bandido da história portuguesa, um ladrão sem igual...
Esta besta é que fundou o PS! Ainda se admiram da minha repugnância aos socialistas?
A todos os socialistas:
Ide-vos empalar! Seus grandes burros!

28 de novembro de 2012

Má comunicação e mau marketing

Dois exemplos, os mesmo protagonistas:

A capa do livro:


O convite para apresentação do livro:


Camilo Lourenço bem poderia ter exigido mais clareza na comunicação.

Oportunidade perdida

Consumo muita informação sobre assuntos económicos e políticos. É assim. Faz parte do trabalho e faz parte dos meus gostos. Sigo com atenção opiniões e correntes mais liberais, mais conservadoras, mais sociais, outras que são uma mistura ideológica, e outras ainda que não são nada mas que até gosto de ler.
Tenho para mim que a social-democracia (não confundir com PSD porque a lógica é inversa) conjugada com um mercado altamente liberalizado (mas prudentemente regulado) e uma legislação necessariamente flexível seria o sistema ideal. Se seria possível colocá-lo a funcionar? Não sei. Se isto significa alguma coisa em termos de correntes ideológicas ou mesmo de ideologia? Também não sei. Provavelmente não.

Mas com isto quero dizer que após ler, ouvir e reflectir sobre o orçamento de 2013 e o que tem sido a governação PSD-CDS, chego a duas conclusões:
- o país estava financeiramente num estado caótico (muito pior do que se imaginava), deixado por uma cambada de socialistas que, caso fôssemos um país sério, estariam todos presos e/ou casos fôssemos um país de gente séria, estariam todos calados e sem aparecer em lado algum;
- este governo perdeu a oportunidade (provavelmente o melhor timing histórico) de fazer as reformas principais que o país precisava (a tal refundação que agora se fala), cedendo aos poderes instalados (municipais, partidários) e tendo receio de confrontar certos filões (orçamento 0 para todas as fundações, privatizar tudo - RTP à cabeça - o que é do Estado).
Não há perdão para qualquer uma destas conclusões. Mas há uma certeza: quem mais sofre com tudo isto é Portugal e os portugueses, mas no futuro também os políticos sofrerão pela falta de crença daqueles que neles têm confiado. Embora sejam formas de sofrer bem diferentes.

Resta, ainda, a este Governo demonstrar que a oportunidade que tiveram pode ser aproveitada, mesmo que não totalmente, o que, sinceramente, já me custa a crer. Perceba-se também que o que digo não invalida que continue a achar que:
- este é o melhor Governo que vi em Portugal, que Gaspar é o melhor ministro das finanças que poderíamos ter, que é uma sorte termos um ministro como Álvaro Santos Pereira, mas a teia de poderes instalados e a falta de coragem dos políticos deste Governo - Passos, Relvas e Portas à cabeça - provavelmente determinará que a oportunidade se perdeu.
- que os socialistas são a espécie política mais asquerosa, mais nojenta, mais torpe, mais bafienta, mais mentirosa, mais aproveitadora (podia continuar porque adjectivos pejorativos há muitos e todos eles cabem nessa gente) que pode haver.

27 de novembro de 2012

Keith Jarrett


Foi com esta injecção solar que a tarde se manteve solarenga como estava no seu início.
Pelo menos assim a pressenti.

A Piada Infinita

A propósito do meu post - Percepções e Realidade - tomei conhecimento do blog que a Quetzal lançou para promover o lançamento do livro de David Foster Wallace - A Piada Infinita.


Quanto a mim resta-me, na insignificância a que este blog está redundado, agradecer a citação que fizeram de uns parágrafos meus.

Em jeito de conhecimento

Isto dos blogs tem coisas engraçadas. Seguimos pessoas que não sabemos quem são, que não sabemos como são, às vezes nem sabemos se são homens ou mulheres, que idade têm, mas que no fundo começamos a sentir alguma proximidade provocada obviamente pelos conteúdos que lemos, mas também por uma imagem que criamos. Uma percepção da pessoa.
Há pessoas que sigo há vários anos em blogs e é curioso que para quase todas elas tenho um retrato mental. Já me aconteceu esse retrato até ter parecenças com a pessoa (quando mais tarde por alguma razão vi a sua imagem) e o contrário obviamente também. É quase como que desenhar sem ver. Apenas através de informações, informações essas que na realidade são disponibilizadas pelos próprios. É uma sensação estranha, metafísica até.
Só sigo blogs e pessoas (nalguns blogs só leio textos de determinadas pessoas) que me dão alguma coisa. Não raras vezes dou comigo a ter sentimentos que deveriam apenas estar reservados a amigos, familiares ou a ídolos (com quem a interiorização de proximidade é completamente diferente). Sentimentos como preocupação, desilusão, agradecimento, entre outros.

Isto tudo só para saudar o regresso do David (já estava a ficar preocupado) aos blogs. Deixou de estar debaixo do fogão e mudou-se para aqui (http://thegirlfriendthoughtexperiment.blogspot.pt/). Façam o favor de passar por lá porque, além dos temas abordados, das opiniões sempre mordazes mas justas, escreve-se muito bem. E isso nem sempre é norma nos blogs.

Triste leão

Há 2 coisas que me custam muito neste Sporting:

1) ter um presidente que não passa de um atrasado mental;
2) o Elias jogar (podia estar um ponto final) e ainda para mais utilizar aquela braçadeira de capitão.

RTP - Conclusões

Com o caso da demissão do Nuno Santos da RTP ficou a perceber-se o nível de manipulação de informação que existe num canal de que se diz ser "um rigor necessário" ao país.

Privatizem rapidamente a RTP, pode ser que assim despeçam o José Rodrigues dos Santos e com isso possa presentear (quem o lê) com 2 livros por ano em vez de um. Não é ele que diz que quem os livros dele fica a perceber tudo sobre tudo? Então para quê a RTP? Basta o génio do Rodrigues dos Santos.

Isto é o PS

Declarações de Almeida Santos sobre Armando Vara:

«Se não acreditasse que o Armando Vara é um homem sério e honesto, eu não estaria aqui a defendê-lo.»

«Foi encarregado de preparar o campeonato europeu de futebol e presidiu à preparação do Euro-2004, nesse ano foi preciso construir vários campos de futebol e isso movimentou muito dinheiro, pelo que se Armando Vara não fosse honesto não seria encarregado dessas funções.»

«Três vezes ministro, duas vezes deputado, membro do Secretariado do PS. De um modesto funcionário da CGD chegou a administrador. Acha que se não fosse sério, tinha este currículo? Desonestidade não conduz a estes lugares.»

Como é que é possível tanto desplante, tanta falta de vergonha, tanta desfaçatez, tanta falta de seriedade? Ainda há quem me queira convencer que os partidos políticos são todos iguais. Admito que em muitas coisas são, mas noutras, há uns que são mais iguais que outros. E, desculpem lá, não conheço nenhum partido que seja tão sem vergonha como o PS.

26 de novembro de 2012

Ana Moura - Desfado


Até agora está a soar muito bem. "Até ao Verão" é um grande fado. A interpretação de "A Case of You" da Joni Mitchell está engraçada. Quase obviamente a melhor música do álbum é "Dream of Fire" com participação de Herbie Hancock.
Não sou o maior fã de fado, mas o que ressalta desde disco é o ambiente sonoro que equilibra de forma perfeita todo o conceito do álbum que Ana Moura pretende transmitir. Se não tivesse tão bem produzido seria um risco enorme e provavelmente teria resultado numa miscelânea pouco recomendável. Assim, está um álbum bom de se ouvir com alguns momentos que valem a pena.

Biblioteca Digital DN (6)

O conto de Dulce Maria Cardoso - Coisas que acarinho e me morrem entre os dedos - foi o décimo primeiro desta série. Sem ser muito bom, tem uma estrutura bem definida e que resulta, está bem escrito e o fio condutor é claro. A ironia presente nalgumas partes do conto fizeram com que valesse a pena relê-lo. Só por esse momento de prazer já valeu a pena.

Normalmente gosto muito de ler o Pedro Mexia. Seja no Expresso ou na revista LER, onde escreve com regularidade, seja noutras participações, seja em blogs (embora a Lei Seca tenha encerrado recentemente). Apesar de não ter lido nenhum dos seus livros.
O conto - Defensor do Vínculo - com que presentou esta série está extremamente bem escrito, como não podia deixar de ser vindo de Pedro Mexia, está cheio de referências bem mais profundas do que pode aparentemente parecer. Mas, na minha opinião foram as referências e as questões de origem semântica e até filológica em jeito de auto-interrogação que fizeram com que o conto se tornasse interessante. Fora isso, apenas a qualidade da escrita vingaria nesta participação de Pedro Mexia. Esperava mais.

23 de novembro de 2012

Mas quem é o Sporting?

Ouço muita gente do Sporting escandalizada com derrotas com os Videotons e os Basileias deste mundo. Normalmente dizem coisas como:
"Mas como é que é possível perder com o Basileia? Nós somos o Sporting, aqueles gajos não são nada ao pé de nós!".
ou
"Para o que havíamos de estar guardados. Perder com o Basileia... Uma equipa da terceira divisão europeia!".

Pois bem, acho que depois das duas piores presidências da história do Sporting (dificilmente existirá, entre todos os clubes do mundo, uma sequência de presidências tão má), a pergunta que se deve colocar é a seguinte:
Mas afinal quem é o Sporting?

Basta atentar à forma como os clubes se apresentam nos jogos contra o Sporting para facilmente se perceber que há muito o Sporting perdeu o estatuto que teve. O Sporting que os sócios e adeptos ainda mantém vivos na memória não passa hoje de um triste e moribundo figurino. E é este ajustamento que os adeptos têm que fazer. Que muito me custa e custará a todos, mas é a realidade.

Não deixando porém de acreditar que o ressurgimento é possível. Porque as características, os elos de personalidade, por serem parte da idiossincrasia inicial do clube, estão lá. Mas será preciso um grande grito para acordar este gigante. E não é com esta gente que tem dirigido o clube.

22 de novembro de 2012

Para descontrair


Quando o trabalho aperta e o tempo é pouco, adapta-se o estilo da leitura. E nada como uma história de malandragem (excelente a definição de Gonçalo M. Tavares no prefácio) cheia de episódios cómicos e irónicos para descontrair.

20 de novembro de 2012

Percepções e Realidade *

Há alturas em que tenho alguma dificuldade em discernir se as percepções que tenho são de facto a realidade. Filosoficamente a questão poderia ser colocada no prisma das várias realidades individuais e da forma como as percepções dos indivíduos e os estímulos a que estão sujeitos as influenciam e definem ou tendem a definir. Resulta claro que as percepções são ambíguas de indivíduo para indivíduo, mas a realidade, semanticamente analisada não deveria deixar muito espaço para a ambiguidade. Caso contrário a semântica do termo poderá encontrar nela própria um antagonismo.
Outra questão é a forma como, nas tais mesmas alturas, parece que as percepções assumem uma atitude  intrigantemente persecutória, como que a querem comandar a realidade. O que, de certo modo, acaba por acontecer.
Mas, adiante.
Vem esta entrada - provavelmente despropositada e incrivelmente falível ou falhada - a propósito da forma como tenho esbarrado, quase literalmente, em tudo o que é informação, em tudo o que são críticas e opiniões sobre o lançamento, em português do livro de David Foster Wallace, "A Piada Infinita", quer através de vários jornais que me chegaram por puro acaso e que não costumo comprar, quer seja por ter ido parar, de forma totalmente casuística e até arbitrária, a alguns blogs e sites.
Ainda para mais não há uma única opinião que tenha lido que não considere o autor e o livro geniais. Embora, em alguns casos, haja a assumpção e a honestidade de assumir que não terminaram o livro. O que não invalida que a percepção da genialidade esteja formada.
Desde sexta-feira que consumo informação sobre este tema. E a percepção que tenho é que a realidade atribuiu uma relevância enorme a este feito. Pergunto-me, nesta altura (uma das tais): 
terá sido esta a realidade ou simplesmente mais não foi que a minha percepção?

P.s. Não sei se algum dia lerei o livro, se o fizer não o colocarei no currículo (como desejava a jornalista do i), mas definitivamente vou querer tê-lo.

*Título, unicamente o título, retirado de um livro de Santana Lopes.

19 de novembro de 2012

Elitismo primário

Esta gente socialista não pára. Vivemos uma das maiores crises nacionais de sempre. Todos os dias se ouve falar da necessidade de poupar e de não viver acima das possibilidades, mas depois há ideias que vêm de cabeças da vanguarda socialista que nos deixam confundidos.
Quem tem carros anteriores a 2000 toca de ir trocar de carro, se quiserem andar nas zonas mais centrais de Lisboa. Senão, já sabem, têm que pagar.
Há duas causas de impostos em Portugal:
1) os impostos inventados por socialistas, sempre para o bem das pessoas, obviamente;
2) os impostos necessários para tapar os buracos financeiros socialistas.

Reportagem aqui.

Biblioteca Digital DN (5)

Quando olhei para a cronologia de contos do DN sombreei para mim uma sequência que começava com Inês Pedrosa, seguia para Afonso Cruz, Gonçalo M. Tavares, Manuel Jorge Marmelo, Mário de Carvalho, Dulce Maria Cardoso e terminava com Pedro Mexia.
Há uma outra sequência, David Machado, JP Simões e Rui Cardoso Martins, que também me desperta interesse prévio.
Mas, voltando ao primeiro conjunto que identifiquei, a expectativa era alta. E, lidos que estão 5 contos desses 5 autores, a aposta parece acertada. Logicamente a expectativa conjunta não era repartida de forma igual. Por exemplo, a expectativa pelo conto de Afonso Cruz e Manuel Jorge Marmelo era maior que a de Inês Pedrosa ou de Dulce Maria Cardoso. A valorização de cada uma das expectativas tem diversas variáveis associadas, algumas delas mensuráveis, mas quase todas elas subjectivas. Embora não importe minimamente escalpelizá-las agora.
Quero apenas referir que o autor sobre o qual recaia a minha maior expectativa, por motivos totalmente subjectivos, como por exemplo as capas e os títulos dos livros, a sensação de “compra-me que é para teu bem” que uma vez tive ao pegar num livro dele, era Manuel Jorge Marmelo.

O nono conto desta colectânea é precisamente o de Manuel Jorge Marmelo, As Saudades que tenho de Inácia. Desta vez não direi nada sobre o conto, até porque duvido muito do interesse que as coisas que digo possam ter. Quem o dirá é o próprio autor. Com frases que têm tanto de cru como de certeiro, como - “E ainda não encontrei coisa mais desigualmente distribuída do que a feiura e o seu oposto.” – ou - “Coitado de quem vem ao mundo condenado pelos pecados que não cometeu.”. Passagens em cuja ironia, apesar de presente, não se suplanta à assertividade da mensagem - “Se existisse um deus moldando as pessoas do mundo, ele seria só o mais desastrado dos oleiros.” – e com descrições que, embora conhecidas e se saibam e desejem temporais, são de uma profundidade intrigante nunca perdendo o toque de ironia - “Mas eu amava-a como suponho que se deva amar uma mulher: chegava a horas para o jantar, fazia por andar lavado, evitava beber muito grogue, entregava-lhe a féria e procurava-a na cama (pontualmente).”.
Um conto sobre pessoas, sobre vidas, sobre a coexistência entre a banalidade e a complexidade das relações, sobre consciência.
É, até agora, o melhor conto desta colecção (e não tenho qualquer receio de dar ordem às coisas), o que quer dizer que o nível claramente se elevou com as últimas publicações de contos.
E agora, se me dão licença, vou ali à Pó dos Livros comprar um livro do Manuel Jorge Marmelo e provavelmente acrescentar mais algum à minha “wish book list”. Depois logo conto como foi a experiência de ler um livro deste escritor.

A primeira dezena de contos ficou completa com A Porrada, de Mário de Carvalho. Um conto insípido, sem grande desenvolvimento e com a originalidade típica de uma fotocópia. Talvez a ideia Mário de Carvalho com este conto fosse sugerir aos leitores que vissem o “Fight Club”, que de facto é um filme fantástico e imperdível. Mas para isso teria sido preferível que o tivesse assumido em jeito de nota final ao conto, pelo menos dúvidas sobre o objectivo do conto tinham-se dissipado. Assim, não passou de uma tentativa falhada de escrever alguma coisa com interesse.

16 de novembro de 2012

Não podia estar mais de acordo

Pela segunda sexta-feira seguida, sou "obrigado" a citar o Rui Rocha.
Desta vez por outros motivos. É que o Rui conseguiu exprimir com tamanha exactidão aquilo que sinto em relação a Saramago.

E isso quer dizer o que?


Esta afirmação tão estapafúrdia só poderia vir de um idiota chapado.
Mas o que é que este atrasado mental não percebe?
Mas ainda há pessoas que se deixam levar (liderar) por um tipo desta categoria?

Míscaros 2012


Proposta de fim de semana!
Os Xaral's Dixie lá estarão nos 3 dias do festival!

Estivadores

Segundo o i, finalmente o governo decidiu-se a acabar com a palhaçada da greve dos estivadores, preparando-se para fazer a requisição civil. Não sem antes dar mais uma oportunidade a essa classe de gente que não tem o mínimo respeito pelo país, exigindo-lhes, veja lá, que pelo menos trabalhem em bocadinho.
Realmente, com gente desta é difícil algum governo fazer alguma coisa. Gente que ganha em média € 4 mil por mês. E qual é de facto a grande reivindicação dos homens?
Não querem que uma parte do seu trabalho possa ser feito por outras pessoas. Mesmo que essa parte do trabalho não exiga grandes competências técnicas. Ou seja, não admitem que sejam contratadas outras pessoas para fazer uma parte do trabalho que eles fazem. Querem continuar a ser principescamente pagos mesmo nas tarefas mais redutoras.
Haja paciência para esta gente e para a porcaria dos direitos adquiridos que a porcaria da nossa constituição consagra como se se tratasse da última coca-cola do deserto. 

15 de novembro de 2012

Um exercício para perceber as coisas

Toca a experimentar se é possível reduzir o défice do estado sem mexer em salários e na função social.
Aqui!

Hoje Teatro


14 de novembro de 2012

Na greve geral nada se propõe e nada se reivindica, tudo se protesta

Vi agora uns miúdos da faculdade, não mais de 50, que iam na Av. da República a gritar qualquer coisa em que Bolonha rimava com vergonha. Não passou de um protesto. Porque na realidade não reivindicavam nada. Apenas protestavam.
Não quero extrapolar directamente para a greve (dita) geral, mas parece-me que o caso é o mesmo.
Aplicando a lei de Lavoisier:
Na greve geral nada se propõe e nada se reivindica, tudo se protesta.
Imagino como Lavoisier ficaria orgulhoso do grande Arménio, este seu genial discípulo.

Leituras


Marguerite Yourcenar
"Contos Orientais"

Não vi um único sinal de greve

Esta manhã não notei uma singular alteração ao habitual.
As 3 carreiras da Carris, que passam na paragem que utilizo, mantiveram a mesma regularidade, apesar de só uma delas constar nos serviços mínimos.
Aliás o primeiro sinal de que a greve não estará a correr bem foi dado precisamente pelo grande Arménio: 9h10min Líder da CGTP acusa Governo de usar polícias para intimidar piquetes.~

P.s. Aguarda-se a todo o momento notícias de Wall Street.

13 de novembro de 2012

Do particular para o geral

Amanhã será o segundo dia mais feliz da vida do grande Arménio Carlos. Vai ser a sua segunda greve geral em menos de um ano. Espero que esta lhe corra melhor que a anterior (em Março) que pouco mais foi que uma insípida tentativa de criar ruído sem qualquer fundamentação.
Para amanhã augura-se o mesmo.
Pessoalmente, sou por natureza contra a greve em si, mas sou completamente contra uma ideia dita "geral" mas que afinal é muito mais circunspecta e fulanizada do que a nomenclatura aparenta.

P.s. Recebo informações de que há polvorosa expectativa acerca do presumível impacto das declarações de Arménio Carlos em Wall Street. Há quem chegue a aventar um mini-crash bolsista.

12 de novembro de 2012

Bata pendurada

E eu que julgava que os médicos, fruto da sua formação, seriam necessariamente pessoas ponderadas e de bom senso.
João Semedo já deve ter arrumado a bata e com a bata foram os princípios, a ponderação e o bom senso.
É que proferir declarações deste género não dignifica ninguém. Muito menos alguém que devia ter maior capacidade para discernir.


"O BE está disponível para coligações nas autárquicas? J[oão[S[emedo]:Onde for preciso reunir a esquerda toda para bater a direita podem contar com o BE.".
Tristes...

Biblioteca Digital DN (4)

Se, pelo título – A Queda de um Anjo - poderá vir imediatamente a lembrança da música dos Delfins, augurando algo de menos de bom ao conto, a originalidade explícita nas primeiras linhas escritas por Afonso Cruz encarregam-se de, rapidamente, eliminar tão desagradável lembrança.
Embora o início prometa mais do que o conto realmente é (a nota final do conto é despropositada), seria incorrecto não o considerar o melhor conto até agora desta iniciativa do DN. Sustentado por um alinhamento simbiótico entre palavras e estrutura, Afonso Cruz leva-nos para o universo onde se sente melhor, o da originalidade. Escudado numa escrita agradável e com fluência.
Para além de que demonstra dominar muito melhor a arte literária do conto do que anteriores autores desta colectânea.

A Moeda de Gonçalo M. Tavares foi o oitavo conto desta série. Um conto que pode parecer abstracto ou absurdo, de onde emerge a clara a influência de Gogol e até de Kafka, mas que no fundo é uma parábola interessante acerca da sociedade e do pensamento dos indivíduos. Além de que está muito bem escrito. Tinha alguma expectativa e não saiu gorada. Gostei.

9 de novembro de 2012

Poupanças vs demagogia de esquerda

O Ruca, essa miserabilista e salazarenta personagem, está a contaminar as mentes tenras das nossas crianças com princípios ecológicos absolutamente indefensáveis. Agora, como é? Isto fica assim, ou segue-se petição?


Post usurpado daqui. Com a devida vénia ao Rui Rocha.

Obrigado estivadores, podem continuar que o país agradece

Desespero e falta de vergonha

Hoje o Record bateu no fundo!
Apresentou uma capa com uma imagem manipulada!
Quer dar a entender algo que não aconteceu!
A todos os filhos da puta que pertencem a este jornal informo que nunca mais darei um cêntimo que seja para alimentar a porcalhice que publicam diariamente!

P.s. O comunicado do Sporting é pouco mais que ridículo. Foda-se não há maneira desta direcção fazer uma coisa (só uma!) de jeito?

8 de novembro de 2012

A esquerdalha portuguesa é nojenta!

Podia escrever muitas coisas neste post sobre a esquerdalha portuguesa. Mas, a propósito do que andam a querer fazer (já ouviram falar de democracia, liberdade, direito de expressão sem ser para eles próprios?) a Isabel Jonet só me apraz dizer isto (também podem e devem ler isto e isto):

A esquerdalha portuguesa é nojenta!

Se quiserem perceber mais alguma coisa sobre esta temática pesquisem, pensem e tirem as vossas ilações. Eu já o fiz e não tenho dúvidas:

A esquerdalha portuguesa é nojenta!

Como sempre

Para variar a Câmara de Alcanena preferiu assobiar para o lado em vez de tomar uma decisão.
Poderiam ter existido propostas algumas alternativas, poderiam ter sido discutidas essas alternativas em sede de Assembleia Municipal, mas, a senhora presidente (com a conivência da maioria da assembleia municipal, com certeza) preferiu a opção de não assumir nenhuma posição acerca da proposta de reorganização administrativa das freguesias do município de Alcanena.
Não há qualquer novidade neste campo, até porque, o pavor por tomar decisões "difíceis" e capazes de ferir susceptibilidades partidárias (e não só, muitas vezes, apenas e só tomar decisões), é coisa que faz genuinamente parte do ADN de qualquer socialista que se preze.
Provavelmente, a senhora presidente, deveria estar a pensar que esta era mais uma daquelas reformas-tipo que o seu ex-primeiro, agora refugiado em França, andava a apresentar pelo país como se de um detergente milagreiro para nódoas se tratasse, e que, como era tónico, nunca passaria disso mesmo, de propaganda, ou seja, nunca entraria em vigor. Pois bem, enganou-se.
Agora, em Alcanena, vão ter que simplesmente acatar a decisão do governo central. Assim, sem mais nada.
O que me leva a questionar sobre a primeira e verdadeira função de uma câmara municipal. Não seria a de dar voz aos seus munícipes? Ia jurar que sim.
Pois bem, a opção desta vez foi exactamente contrária. Foi optar por permitir ao governo central imiscuir-se nas decisões que deveriam ter sido tomadas pelo município. Refazendo a pergunta: Conseguiu a Câmara de Alcanena, neste caso concreto, dar voz aos seus munícipes, apresentando uma proposta minimamente consensual e estruturada? A resposta é óbvia. O que pode levar à simples conclusão de que, neste caso, a sua acção foi completamente inútil, ou, pior, foi conivente, por inépcia, com uma situação delicada, nada consensual e que poderá provocar algumas quezílias.
Por fim, relembro que esta reforma está a ser feita por um partido que está no poder, num cenário de grande austeridade, com eleições autárquicas à porta e para o qual a consequência desta reforma poderá ter um impacto relevante. Por isso, o argumento de que este PSD também não consegue tomar medidas "difíceis" e que é igual ao PS é um pouco, digamos, desajeitado, para não dizer, parvo.
Pode não ter ainda conseguido aplicar algumas das medidas que são absolutamente indispensáveis e que poderiam até ter maior e mais rápido impacto, mas é incrível como se exige num ano e meio a assertividade política que não se exigiu nos últimos 15 anos. Lá para meados de 2014 poderemos avaliar com algum rigor o trabalho do governo.