Depois do envio de José Sócrates para um centro de novas oportunidades em Paris e na iminência de Santana Lopes privatizar o Totobola, os sócios desta Taberna sentiram-se obrigados a tomar as rédeas do país, tendo como base de comando este espaço!

12 de outubro de 2012

Também há um ano

A propósito do último álbum da Tori Amos sobre o qual já foi feita referência aqui, veio-me à memória que há cerca de um ano estava em Roma a assistir ao meu segundo concerto dela.
Curiosidade que, exactamente no dia 12 de Outubro, escrevi sobre um dos 3 dias em Roma, a propósito de uma espécie de reportagem de viagem, para um blog de alguém muito especial. Deixo o link (aconselho  a visita porque além do texto têm as fotos e podem consultar os outros 2 dias da reportagem) e segue-se a transcrição do texto:

:::É como ir a Roma e não ver....a Tori!!:::| dia 2

Organização é tudo. Ainda mais quando o tempo é limitadíssimo. Acordar de madrugada. Quinze minutos é o tempo que cada um deve demorar a preparar-se, garantir que isso acontece depende de todos.
“Em Roma sê romano” por isso mesmo o pequeno-almoço incluído na tarifa do Hostel foi num restaurante…Filipino. Restaurante este que, a julgar pela macia cozedura do pão servido, deveria ter um acordo com um qualquer dentista…talvez Filipino.
Termini – Ottaviano de metro. A pé, seguindo milhares de pessoas, passando por dezenas de vendedores de tours cujo principal desafio era acertar na nacionalidade de quem por eles passava só pela aparência, até ao Vaticano. Imponente, não pela grandeza da praça de São Pedro, mas pelo ambiente que paira, pela penumbra muitas vezes disfarçada (muito mais que em Fátima) das emoções. Por certo influenciada pelo tamanho das filas de espera, pela afluência exorbitante de turistas, principalmente orientais e brasileiros quase todos pouco dados a transmitir a imagem, verdadeira diga-se, de um Brasil sentimental e devoto.
Bilhetes pré comprados na mão significa evitar uma fila que tinha com certeza horas e que deitaria por terra todo o esforço da Organização. Entrada no museu do Vaticano. Capela Sistina só no fim, até lá toda uma viagem por salas, salões, galerias, esculturas, quadros, tapeçarias, frescos. Uns com interesse outros nem tanto. Esplendoroso é com certeza, completo também, mas para quase todos não passa de um percurso, demasiado longo para muitos, até ao ansiado e arrebatador final. Monumental, fantástico, glorioso,… Chiiiiiiu! Silence! No photos!
Depois de tanta arte junta, um simples spaghetti seria percepcionado como uma estranha opção. A complexidade de um Gnocchi foi a opção. Saboroso por sinal, reconfortante no final.
“Salve, César!”. Chegámos! Imperial! Não há muito mais a dizer. Gladiadores, leões, lutas, mortes, milhares a assistir, são as imagens que chegam a uma velocidade incrível sem passarem por qualquer filtro. De volta à realidade.
A Organização está a cumprir. Próxima paragem: Piazza Navona. Capuccino, gelado e cervejas. Não se discutem valores, exerce-se um ritual.
“Ao fundo à esquerda.” Cá estão eles! Os três Caravaggio’s na igreja de San Luigi dei Francesi.
De mapa em riste, serpenteando ruas e mais ruas até chegar à Fontana di Trevi. Desta vez de dia e agora sim para cumprir a tradição e mandar a moeda.
Piazza di Spagna fica quase no final da rota de um dia repleto de caminhadas, de conversas, de olhares, de momentos, de pessoas, de muitas pessoas. A Via dei Condotti veste-se de gala para nos receber e abre-nos a porta para a eloquência, para o charme, para o glamour, para a extravagância.
Quase na hora do mais aguardado momento, afinal o motivo da viagem. Por puro acaso foi Roma que se perfilou como a melhor opção, maximizando a equação de hipóteses, mas poderia ter sido outra cidade qualquer, porque na realidade o objectivo era superior e transversal à localização.
Parco della Musica – Sala S. Cecília, destino final! Uau! Que espaço fabuloso! Stress! Não há fotos! Ups! A segurança não resiste! Há fotos!
Baixam as luzes de sala, entra o quarteto de cordas, fantástico diga-se, começa o espectáculo! Ela entra! Delírio. Paixão. Alívio (é mesmo ela!). Missão cumprida. Música.
Desfrutar. Imaginar. Pensar. Voar. Sonhar. Respirar. Ouvir. Sentir. Pressentir.
Pizza (what else?) para reconfortar a alma, ainda em estado eufórico.
Dormir.

1 comentário:

  1. Adorei esta nossa ideia brilhante, no momento de espera no aeroporto de Roma, em que decidimos que cada um dos Tori Hunters escreveria um texto por cada dia da nossa viagem..e o quarto elemento do grupo - a foto reportagem!!!!!

    Resultou tão bem, como podem ver, que cada vez que revejo/releio sinto-me lá...e é sempre tão bom reviver bons momentos com boas pessoas!!!

    Há precisamente um ano atrás tiveste um dia em grande!!!! Tanto pelo belíssimo texto que escreveste (obrigada!!) e pelo início da Taberna (obrigada!!)!!!
    É sempre um enorme prazer poder ler-te!!

    Parabéns!!
    Continua!...

    p.s.: adoro a palavra romA!! ..e a cidade!!

    J.

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