Pelas notícias que leio, aqui, aqui e aqui estamos perante uma hipótese que nada tem a ver com uma privatização, mas sim uma concessão. A ser verdade parece-me um péssimo negócio para o Estado e para os contribuintes, além de que não acredito que a troika se deixe "comer" com esta possibilidade.
Uma concessão não implica uma venda, logo não implica o fim de um ónus para o Estado. O que quer dizer que não estaremos livres de os concessionários a qualquer momento entregarem a empresa ao Estado com um buraco muito maior que o actual. E não me venham falar de contrato bem colaterizados que isso são balelas de quem não conhece o sistema judicial português.
O Estado manterá a subvenção (recolhida na taxa de audiovisual) na ordem dos € 140 milhões ano ao concessionário. Será um custo para os contribuintes que o Estado decide trocar pela manutenção do serviço público. Logo, este modelo não implica o fim do contributo dos contribuintes para a RTP.
O modelo poderá implica o fecho da RTP2, sob o argumento que representa um serviço demasiado oneroso para o nível deaudiências. Aqui ressalta logo a primeira incongruência: então mas o Estado quer ou não a manutenção do serviço público, para a qual está disposta a continuar a pedir € 140 milhões aos contribuintes? É que a RTP1 não faz, em larga escala. Serviço público, quem o faz, e bem, é a RTP2.
Nos moldes em está a ser falado este modelo é totalmente ruinoso para o Estado e para os contribuintes e demonstra uma total falta de capacidade analítica por parte dos assessores do Governo e do próprio Governo.
O modelo da privatização da RTP1 e rádios, estes sim os survedores de dinheiro, e a manutenção da RTP2 como garante do serviço público (os € 140 milhões, não bastariam?) seria o modelo mais adequado, no entanto, implicaria que a guerrilha Relvas-Balsemão se mantivesse. A ser verdade que este será o modelo proposto pelo Governo, considero que agora sim há motivos mais que suficientes para demitir Miguel Relvas, não porque é um político com telhados de vidro e tem algumas trapalhadas no seu passado político e pessoal, mas sim porque está a incorrer num acto de lesa-pátria colocando interesses pessoais acima de interesses nacionais.
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