Depois do envio de José Sócrates para um centro de novas oportunidades em Paris e na iminência de Santana Lopes privatizar o Totobola, os sócios desta Taberna sentiram-se obrigados a tomar as rédeas do país, tendo como base de comando este espaço!

8 de fevereiro de 2013

Decisões de direita

Para aqueles que, ainda, vão tendo alguma dificuldade em distinguir uma tomada de decisão de direita e decisão de esquerda, no que ao investimento diz respeito, aconselho que reparem bem nesta questão do TGV vs LTM.

A base é a mesma: um país falido e sem crédito; um apoio da UE para projectos desta área.

Ideia da esquerda:
- um projecto de 4 mil milhões para que Portugal possa ter um TGV e transportar pessoas mais rapidamente;
- o estado só tem que pagar cerca de 1000 milhões, seria lesivo para os cidadãos desperdiçar 75% de apoio da UE;
- uma coisa em grande com três ligações;
- queremos estar tão desenvolvidos como os países do centro da europa, mesmo que não tenhamos um tusto;
- não interessa se o investimento será produtivo ou se será oneroso para o estado no futuro, importa é que durante a sua construção o desemprego dificilmente subirá e as empresas de construção estão com trabalho;
- quem vier atrás que feche a porta.

Ideia de direita:
- um projecto de 4 mil milhões para um país falido? Mas está tudo doido ou quê?
- 4 mil milhões para transportar passageiros para Madrid e Vigo? Mas isso tem algum sentido?
- não seria melhor pensar nos interesses do país?
- o que é que o país mais necessita para conseguir equilibrar a sua balança externa? Exportações!
- não era melhor investirmos em algo que ajudasse a melhorar as exportações?
- porque é que Sines não assume a liderança portuária da Europa?
- o que é que falta ao porto Sines para ser mais competitivo que Roterdão?
- então e se ligássemos os portos de Lisboa e Setúbal a Sines?
- quanto custará esse investimento absolutamente estratégico para o país?
- custará cerca de 700 milhões com comparticipação de 85% da UE, ou seja, a fatia da comparticipação do estado será de cerca de 100 milhões.

Resumindo:
- o investimento passou de 4 mil milhões para 700 milhões;
- a comparticipação da UE passou de 75% para 85%;
- a fatia de comparticipação (investimento directo) do estado passou de 1000 milhões para 100 milhões (10 vezes menos!);
- os portos de Lisboa, Setúbal e Sines serão mais competitivos face aos seus concorrentes europeus;
- o país será mais competitivo nas exportações (o que é absolutamente essencial nesta fase);
- os interesses estratégicos do país ficaram muito mais acautelados;
- futuramente o estado dificilmente terá um ónus elevado com este investimento já que a possibilidade de rentabilidade é estupidamente maior que o modelo de transporte de passageiros;
- uma decisão estratégica de investimento de direita é sempre mais barata para os contribuintes, simplesmente porque tem um racional inteligível e factual por trás deixando de fora aquelas tretas sociais que mais não do que subterfúgios para sustentar tomadas de decisão que na sua maioria são lesivas para os cidadãos.

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