Depois do envio de José Sócrates para um centro de novas oportunidades em Paris e na iminência de Santana Lopes privatizar o Totobola, os sócios desta Taberna sentiram-se obrigados a tomar as rédeas do país, tendo como base de comando este espaço!

8 de fevereiro de 2013

Bom português, Shakespeare e Manuel de Oliveira

Ontem comecei a ver um filme na RTP2. Aliás, esta semana quase todos os dias passei pelos filme que estavam a dar na RTP2. Começam ali por volta das 22h.
O melhor que vi foi o da segunda feira e foi precisamente por estar à procura de alguma informação sobre esse filme que me deparei com esta sinopse no site da RPT2 escrito em português...do Brasil, o que é sempre desejável quando estamos em...Portugal e a ler conteúdos de um site português respeitantes a uma estação de televisão, por acaso pública, e...portuguesa. Diz assim o texto (negritos meus):

"Laura tem de escolher... Terá ela coragem para ser feliz?
Laura, uma cabeleireira viúva de 50 anos, leva uma vida vazia. Os filhos, já adultos, estão cada vez mais ausentes. Na solidão, dedica-se aos animais vadios. Sua vida vira do avesso quando acolhe Carmo, uma jovem seropositiva que não tem onde morar. Juntas, elas lutam contra a discriminação e a intolerância dos clientes e dos filhos de Laura. Algum tempo depois, Laura conhece Rui, um pescador muito mais novo do que ela, por quem se apaixona. Carmo vê seu lugar ameaçado e se insurge contra Laura, tornando-se um obstáculo para sua felicidade. Laura tem de escolher. Terá ela coragem para ser feliz?"

Voltando aos filmes da semana, na terça só passei por zapping, na quarta o filme consistia numa adaptação à época contemporânea do "Amor de Perdição" de Camilo Castelo Branco. Pareceu-me tudo menos uma ideia original até porque me lembro de ver a Claire do Homeland a fazer de Julieta e o Di Caprio a fazer de Romeu.
Para o fim da semana, na quinta, estava guardado o pior.
Comecei a ver o filme após os primeiro 10 minutos e mal vi o Ricardo Trêpa percebi que era um filme do Manuel do Oliveira. Também não é difícil chegar a esta conclusão já que esta amostra de actor só entra nos filmes feitos pelo avozinho. Começou logo aí: não consigo ver este gajo a tentar representar. Considero demasiado masoquista perder tempo da minha vida com esta espécie de João Tordo da literatura portuguesa.
Mesmo assim decidi perder algum tempo, pensando: "Esquece esse gajo e tenta ver um bocado do filme, já que o Manuel de Oliveira é tão reconhecido, alguma coisa de genial os seus filmes devem ter.". E assim foi, aguentei-me quase até ao fim. Mas, de repente, tive que parar porque a tendência para a depressão crescia em mim abruptamente. Dei comigo a pensar: "Onde é que falhaste? Será que não tens inteligência suficiente para perceber o génio de Manuel de Oliveira... Que vergonha!". Desliguei a televisão. Foi mau demais aquilo a que assisti durante mais de uma hora. Ou menos, já nem sei, porque estava num estado tão amorfo depois daquele, digamos, momento.
Com todo o respeito pela sua vida e obra, quer-me parecer que caso Eça de Queiroz fosse vivo não deixaria que fizessem uma coisa destas ao conto que escreveu.
A propósito, o filme chama-se "Singularidade de uma rapariga loura".

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