Jogámos bem, mas perdemos. Mais uma vez o nosso fado.
Primeira parte excelente tacticamente, conseguimos anular o meio campo da Espanha. Defensivamente perfeitos, liderados por um imperial Pepe, um incontornável Bruno Alves, um Pereira certinho e um Coentrão ligado à corrente (para mim foi o melhor em campo). Pressão alta no meio campo para anular o jogo da rabia que a Espanha tanto gosta de fazer e que eu pessoalmente não tenho paciência para ver nem sequer aprecio. Veloso, Moutinho e Meireles fizeram um jogo tacticamente muito bom, com Moutinho a demonstrar algum fulgor para chegar lá à frente, mas quando teve que fazer o último passe (naquele com o Nani é flagrante) esteve mal. Mais uma vez se notou a falta de um médio com capacidade de passe e com classe, porque nem só de operários vive uma equipa. O único dos seleccionados que o podia fazer era Viana, mas não vale a pena falar sobre isso. No futuro a esperança recai em André Martins para esse papel. Na frente, Nani foi uma desilusão no jogo de ontem, apesar de ter defendido bem, não desequilibrou e não assumiu o jogo. Almeida lutou muito e foi um dos que mais contribuiu para a incapacidade da Espanha em pegar no jogo, porque são os centrais que iniciam o processo de posse de bola e não o conseguiram fazer, mérito lhe seja dado. Ronaldo jogou que se fartou, assumiu o jogo, mas falhou na altura do remate, quer tenha sido de livres ou de bola corrida. Aquele lance aos 90' foi sintomático do desacerto no momento de rematar à baliza. É ele quem deve sentir mais a falta de um 10.
Bento, armou bem a equipa, conseguiu incutir agressividade na pressão e a jogar sem bola fomos quase perfeitos nos 90'. Mas quando se pedia aquele pormenor, aquela substituição, foi o normal. Péssimo. As substituições foram todas sem lógica, em alturas erradas, e só pioraram a equipa. Oliveira (Pepa) não tem, actualmente, a mínima condição para jogar um jogo sequer do europeu, muito menos uma meia-final. E se queria ter um gajo a fechar o flanco esquerdo, metesse um extremo que pelo menos podia sair em transição. Custódio e Varela entraram, mas nem tiveram tempo para fazer nada. Pedia-se um Quaresma a substituir o Almeida, um Viana a substituir o Meireles e o Custódio mais cedo no lugar do Veloso. Não percebi o timing das substituições, mas também não foi nada que me espantasse. O prolongamento foi todo da Espanha e valeu Rui Patrício com 2 grandes defesas. Mas o melhor de Bento estava guardado para o final. Então Ronaldo o líder da equipa, o melhor jogado português de sempre, o melhor jogador do mundo, o marcador de penaltis do campeão espanhol, um dos melhores goleadores do mundo, fica para o 5º penalti? Foda-se ó Bento vai cagar. Qual era a ideia? Se calhar o Patrício é que não percebeu, em vez de ter defendido o primeiro devia ter defendido era o quinto da Espanha para depois o Ronaldo salvar Portugal. O Moutinho no Sporting deixou de bater penaltis na era Paulo Bento e vai ele marcar o primeiro? O Bruno Alves num momento claro de ansiedade e desconcentração avança para bater o terceiro penalti quando deveria só avançar para o quarto e não o trocam no momento? (a lista não é desculpa, que isso é contornável) Estava na cara a desconcentração. Nada disto, no entanto, belisca a carreira que Portugal fez neste europeu, embora, eu pessoalmente não entre na euforia de que somos os melhores. Temos bons jogadores, fizemos bons jogos (Holanda e Checa), tivemos azar (Alemanha) e sorte (Dinamarca), mas nos pormenores somos piores que os melhores e falta-nos um 10 e ponta de lança para podermos almejar ganhar um título internacional.
Agora vamos começar a pensar no Mundial do Brasil.
Agora é que Paulo Bento deveria estar a renovar o seu contrato com a FPF, por ter alcançado os objectivos e por termos tido uma boa prestação no Euro 2012.
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