Depois do envio de José Sócrates para um centro de novas oportunidades em Paris e na iminência de Santana Lopes privatizar o Totobola, os sócios desta Taberna sentiram-se obrigados a tomar as rédeas do país, tendo como base de comando este espaço!

12 de novembro de 2012

Biblioteca Digital DN (4)

Se, pelo título – A Queda de um Anjo - poderá vir imediatamente a lembrança da música dos Delfins, augurando algo de menos de bom ao conto, a originalidade explícita nas primeiras linhas escritas por Afonso Cruz encarregam-se de, rapidamente, eliminar tão desagradável lembrança.
Embora o início prometa mais do que o conto realmente é (a nota final do conto é despropositada), seria incorrecto não o considerar o melhor conto até agora desta iniciativa do DN. Sustentado por um alinhamento simbiótico entre palavras e estrutura, Afonso Cruz leva-nos para o universo onde se sente melhor, o da originalidade. Escudado numa escrita agradável e com fluência.
Para além de que demonstra dominar muito melhor a arte literária do conto do que anteriores autores desta colectânea.

A Moeda de Gonçalo M. Tavares foi o oitavo conto desta série. Um conto que pode parecer abstracto ou absurdo, de onde emerge a clara a influência de Gogol e até de Kafka, mas que no fundo é uma parábola interessante acerca da sociedade e do pensamento dos indivíduos. Além de que está muito bem escrito. Tinha alguma expectativa e não saiu gorada. Gostei.

3 comentários:

  1. Aguardava com alguma espectativa esta tua critica e bem sabes porquê. Por acaso, e sendo absolutamente fã do Afonso como sabes que sou, também acho que ele tem um "problema de finais". Há livros dele nos quais o final é um rato parido por uma montanha.
    Neste conto, curiosamente, não acho isso. Acho que é uma forma original de explicar todo o contexto do conto e de uma forma tão fria e real quanto o próprio acontecimento em si, contrastando com todo o universo fantasiado em que vivia a idosa em causa. Enfim...opiniões há muitas e ainda bem. Senão não se vendia amarelo.

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  2. Pessoalmente gosto de autores que deixam os leitores ter alguma ambiguidade nas conclusões sobre o que escrevem (não necessariamente nos finais). Neste, existiam tantos sinais, uns mais subtis que outros, ao longo do texto que apontavam para aquela nota final que a achei uma duplicação. O que quero dizer é que eu, como leitor, não precisava da nota para nada, por isso o termo despropositada. Mas o Afonso, como autor, sentiu necessidade de reforçar no final. Mas no fundo não passa de uma percepção pessoal que tive ao ler o conto. Que é de facto muito bom. E isso é que interessa!
    Thanks for coming here!

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  3. Venho sempre...mas a maior parte das vezes nem me atrevo a comentar os tuas opiniões sempre tão oportunas e acertadas.
    Keep on the good job!
    Beijoca

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Olha que a rodada que estás a pedir é para pagar. Por isso pensa bem se queres mesmo pedi-la.