Chegado ao fim do Túnel.
Uma obra de arte que é muito mais que um simples testemunho. É um livro que
fala do homem e da sua maneira de pensar. Fala de amor, de obsessões, de
frustrações, de procuras, de encontros.
Um pintor, aparentemente com algum renome, vivendo numa Buenos Aires dos
anos 40 (isto não é indiferente à formação da sua personalidade), de trinta e tal anos
(oito, acho) que tem uma relação peculiar com o mundo e com tudo o que rodeia,
principalmente com tudo o que é estereotipado, com as pessoas e com a sua arte.
Por um acaso encontra numa exposição sua alguém, uma mulher, que se detém
em frente a um dos seus quadros observando fixa e intrigantemente um pormenor
da tela, não um casuístico, mas o
pormenor. Aquele que o pintor considerava a alma e o dínamo do quadro. Aquele
do qual não teria havido qualquer referência por parte de outros visitantes da
exposição, muito menos de um crítico que fosse. Esta observação não passou
obviamente despercebida ao pintor.
Bastou esse gesto para que ambos percebessem que finalmente teriam
encontrado alguém que pensava da mesma forma. Algo que, mais eloquentemente o
pintor é certo, procuravam.
A partir daqui uma sucessão de acontecimentos propicia e desenvolve um amor
obsessivo que culmina com Juan Pablo a matar María.
Propositadamente saltei do início para o final da história (o autor também o faz logo a começar), não é minha
intenção contá-la, muito menos tenho a pretensão de salientar pormenores
deliciosos da construção das personagens principais, mormente o pintor. Isso é “trabalho”
de quem quiser ler este livro “impressionante” (como Thomas Mann o descreveu)
de um escritor a quem voltarei de certeza absoluta. Ernesto Sabato.
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